Liderança e escuta: o papel da comunicação humanizada

Apesar de tudo o que se tem dito sobre a humanização da liderança, sobre mundo VUCA, BANI ou qualquer outro acrônimo, ainda é comum, infelizmente, que se espere dos líderes uma performance quase sobre-humana: que sejam fortes, equilibrados, justos, assertivos, sempre disponíveis e estrategicamente brilhantes. Essa idealização, ainda presente em alguns ambientes corporativos, desconsidera o fato de que quem lidera também sente medo, insegurança, cansaço (e como!)
Não falo sobre isso para vitimizar ninguém, não. Falo porque é importante reconhecermos que esse papel também carrega pressões imensas, frequentemente solitárias, e a cada dia mais desafiadoras. O pedestal onde se coloca o líder também o isola. Desconstruir essa imagem é o primeiro passo para permitir que ele se conecte de forma mais autêntica com a equipe. E essa desconstrução, sem dúvida, precisa começar por ele mesmo.
Nas tentativas de humanização das práticas e do discurso organizacional, existe o risco de concentrar exigências sobre a figura da liderança: que ela escute, que inspire, que não julgue, acolha. Mas e o liderado? Onde está o seu papel na construção de relações mais humanas também?
A comunicação verdadeiramente humanizada só acontece quando é mútua. Quando as duas partes se comprometem com escuta, respeito e presença. Quando há menos apontamento de dedos e mais abertura para resolver juntos. Humanizar não é apenas ser gentil; é estar disposto a olhar o outro com curiosidade e não com desconfiança.
O julgamento apressado — de cima para baixo ou de baixo para cima — é um dos maiores entraves para a comunicação autêntica. Quando as relações são regidas por expectativas irreais, por uma dívida assumida pelo outro que ele sequer conhece, não há espaço para o encontro real, desarmado, genuíno.
Cultivar a escuta empática, praticar o silêncio, buscar compreender antes de responder (um dos mais difíceis nesse mundo ansioso que vivemos…): são posturas que constroem pontes. Comunicar-se com presença é abrir mão das certezas absolutas para acolher o que o outro tem a dizer.
A comunicação humanizada entre líderes e liderados não é um favor, uma benevolência. É necessidade. É o que sustenta relações mais saudáveis, ambientes mais cooperativos e organizações mais preparadas para os desafios contemporâneos.
Que possamos nos despir das armaduras das idealizações e expectativas e nos encontrar como pessoas imperfeitas que somos. Que a comunicação no trabalho deixe de ser um jogo de expectativas para se tornar um espaço de construção conjunta. Afinal, é na coragem de se mostrar humano que reside a verdadeira força de qualquer relação. E não é justamente dessa humanidade, desse vínculo e de ambientes seguros de estamos sentindo falta hoje em dia?
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