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Como priorizar tendências em Comunicação Interna?
Todo ano falamos sobre tendências em Comunicação Interna. Uma discussão sempre necessária que nos ajuda a conectar com o que está por vir.
Ao mesmo tempo, um tema que gera ansiedade e, muitas vezes, aquela demanda por incorporar de forma acelerada a tendência ao nosso dia a dia.
Mas afinal, o que é tendência?
Jaqueline Weigel, Futurista Global, Estrategista e parte da comunidade da UNESCO em Futures Literacy, traz reflexões interessantes sobre tendência e que reproduzo aqui:
- Tendências são apenas sinais de possíveis movimentos coletivos já manifestados, em intensidade suficiente que sugerem um caminho que muitos podem interpretar como o caminho inevitável ou “certo”.
- Elas anunciam mudanças de comportamento e trazem impactos diversos, portanto podem nos forçar a pensar em novas respostas.
- Tendências não devem ser usadas como previsões de futuro (…) Conecte as tendências com sua realidade e pergunte: o que elas significam, que risco trazem, que tipo de oportunidade.
Voltando para o contexto da Comunicação Interna, vamos relembrar as tendências de CI para 2024 divulgadas pela Aberje e Ação Integrada:
- engajar e apoiar líderes como comunicadores
- promover colaboradores como emissores
- evoluir nos processos e gestão de CI
- aprimorar mensuração para apoiar na decisão
- seguir com o desafio de priorizar a narrativa
- inovar em especial pela Inteligência Artificial
- melhorar experiência dos colaboradores com os canais e narrativas.
Faz sentido que as questões acima sejam percebidas como tendência? Claro que sim! Em linha com o que defende Jaqueline, são “movimentos coletivos já manifestados” nos últimos anos e que vemos, na prática, sendo tratados nas organizações.
Como priorizamos tais tendências, em conexão com nossa realidade, avaliando riscos e oportunidades?
Tenho provocado neste ano uma reflexão junto aos meus alunos a respeito das tendências de Comunicação Interna para 2024. E, para ajudar a instrumentalizar essa reflexão, apresento a eles a GUT, uma matriz de priorização desenvolvida por Charles H. Kepner e Benjamin B. Tregoe.
Reproduzo a seguir os três elementos que a matriz considera:
Gravidade: representa o impacto do problema para os envolvidos, caso ele esteja acontecendo ou venha acontecer. Deve-se analisar o quão grave é (será) a questão para a empresa/as pessoas.
Urgência: representa o prazo ou tempo disponível para a resolução da questão. Quanto mais urgente for, menor será o tempo disponível para trabalhar no problema ou na ação.
Tendência: representa o potencial de crescimento do problema ou ação, ou seja, a probabilidade de se agravar com o passar do tempo (caso nada seja feito).
Então, trago aos alunos o desafio: vamos aplicar a Matriz GUT para avaliar as tendências de Comunicação Interna para 2024 de acordo com a realidade da SUA empresa?
Seguimos conforme a tabela abaixo, listando as tendências de CI na 1ª coluna, as avaliamos atribuindo notas de 1 a 5 para cada elemento da matriz. Por fim, multiplicamos as notas de cada aspecto (G x U x T) e destacamos os resultados (última coluna) de forma crescente, como um ranking.
Quais os desdobramentos da aplicação da matriz GUT para Comunicação Interna?
Cada aluno faz sua análise individualmente. Para alguns alunos – e suas empresas –, a prioridade em termos de tendência é a liderança comunicadora. Para outros, é aprimorar mensuração. Para outros, é melhorar a experiência nos canais. Temos de tudo, em termos de resultado.
É inegável que alunos cujas empresas realizam diagnósticos de Comunicação Interna, de forma estruturada e cíclica, conseguem fazer uma análise de tendências ainda mais robusta por que tem em seu repertório analítico evidências quanto ao comportamento e necessidades de sua audiência.
Ao final do exercício, que gera esse “ranking” das tendências, é o momento de planejar como elas serão priorizadas e incorporadas ao plano estratégico/tático de Comunicação Interna da empresa. Uma reflexão que começa em sala de aula e que continua na empresa.
Se você, leitor(a), quiser aplicar a GUT, fica a dica: faça o exercício na companhia de pares, seu time, sua liderança. A inteligência coletiva que emerge em grupo enriquece a reflexão!
Depois nos conte como foi e vamos continuar dialogando sobre metodologias e abordagens que nos apoiam no planejamento e priorização de tendências de CI em nossas organizações. Nos vemos por aqui.